Quem deve vir primeiro, Eu ou os Outros? Parece que é uma pergunta frequente, não apenas actualmente, mas também ao longo dos tempos. Existem muitas ideias religiosas, filosóficas e mesmo ideológicas que se cruzam, tentando encontrar a resposta a esta simples pergunta. Porém, depois deste tempo parece existir falta de Unanimidade! Mas afinal quem é o mais importante?Quem é que devemos priorizar? A nós próprios ou ao outro?
Esta questão muitas vezes é mal entendida e interpretada, já que se prende com outras várias questões. Uma das principais questões ao qual se prende a questão central é: Priorizarmos-nos a nós próprios, estaremos a ser egoístas?
Em dicionários, podemos encontrar definições como : “Que, ou quem trata só dos seus interesses. “, “Que só consegue pensar em si mesmo. “, “Aquele que só pensa em seus próprios benefícios. “, etc! Na grande maioria das definições encontradas observa-se um “traço” em comum, o egoísta só pensa em si, o beneficiar o eu torna-se a motivação central do egoísta.
No extremo oposto, encontramos pessoas que apenas pensam nos outros, passando-se a si próprias permanentemente para segundo lugar. Porque os outros são mais importantes! Porque os outros têm mais valor! Existem inúmeras razões, quando isso acontece, porém, a maioria dessas razões são indícios de um humor depressivo e de uma grande desvalorização.
Tanto um extremo como outro parece desajustado, nocivo e eventualmente fragilidade. Em ambos os extremos, com o decorrer do tempo as relações com essas pessoas passam a ser cada vez mais difícil. O egoísta, por “usa” os outros, podendo utilizar os outros como meios para chegar a fins. O “depressivo”, porque é incapaz de dizer “não” e sem querer, convida os outros a exigirem, pressionarem, responsabilizarem, mesmo sem que estes tenham essa legitimidade, tornando assim a relação num ciclo vicioso de sofrimento.
Clarificando as consequências extremas, de pensar nos outros ou em nós próprios, surgem umas questões: Será possível alguém que não se valoriza, ensinar a alguém a valorizar-se? Será possível alguém que só se vê a si, conseguir mostrar que existem mais, além de si próprio? A resposta é não! Devem-se evitar os extremos!
Existem então vários factos a ter em conta, que nos permitem responder à pergunta: Eu ou o Outro?
1-Todas as pessoas possuem igual valor. – As suas opiniões, experiências, caminhos, são únicos, tão válido como os de qualquer outra pessoa. Haverá pessoas mais especializadas em determinadas áreas, haverá pessoas com diversas funções e cargos, mas ao nivel do valor humano de cada uma, são todas iguais!
2- Não é possível amar de forma “saudável”, se não nos amamos a nós mesmos! – Se não estamos bem, como conseguimos ser genuínos connosco próprios e ajudar alguém a estar bem ou melhor? Se não nos amamos, como é possível amar genuinamente e incondicionalmente? Não digo possível, mas é muito difícil. Além de que, se não se amar a si própria, se não acreditar que tem valor, como irá aceitar alguém que a ama e lhe diz que é a melhor coisa que lhe aconteceu na vida? Provavelmente irá questionar, duvidar, auto-sabotar a relação! Se eu não tenho valor, o que será que aquela pessoa vê em mim?…
3-O nosso estado, é contagiante! – Se estivermos “bem”, todos à nossa volta beneficiarão com isso, se tiver “mal”, todos sairão prejudicados! Assim, o “caminho a percorrer”, surge como óbvio! Se estamos “bem”, iremos estar mais disponíveis, mais sorridentes, mais tolerantes, mais alegres!
4-É impossível agradar a todos! – Cada pessoa é única, com a sua experiência, conhecimento, personalidade, idiossincrasias, etc. Como é possível agradar ou ir de encontro a todos? Por mais que nos esforcemos, nunca iremos conseguir agradar a todos, é impossível! Haverá sempre pessoas que gostam de nós e outras que não! Aceite isso!
5-Faça as coisas de coração! – Tudo o que faça, faça genuinamente! Faça porque você sente prazer em fazer, não porque espera reconhecimento ou valorização. Se faz as coisas procurando apenas valorização e reconhecimento, prepare-se para a decepção e frustração. O outro não adivinha a importância, significado e esforço que você atribuiu a determinado, gesto, comportamento, presente!
6- Aceite-se! – Você é como é, habitue-se a isso! Haverá pessoas mais altruísta outras menos altruístas. Aceite-se como é! Evite fazer as coisas em esforço! Tudo o que fará em esforço e/ou sacrifício, inconscientemente esperará retorno.
7-Ajude genuinamente! – Por vezes um pequeno gesto seu, pode mudar a vida de uma pessoa! Ajudar é ensinar a pescar e não dar o peixe! Ajudar é dar autonomia e não dependência! Ajudar é deixar o outro percorrer o caminho e não tentar leva-lo às costas!
Ajudar, provoca em nós prazer a vários níveis, psicológico, biológico, neurológico, fisiológico, etc! Porém, devemos respeitar-nos e amar-nos! Quando ajudamos e nos respeitamos, todos ganham, EU e os OUTROS!
E você, quando ajuda respeita-se? Quando ajuda, promove a autonomia ou a dependência?
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