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A Psicologia da Dor

A dor tem a função de proteção corporal, porém perde essa função quando é crónica. Por outro lado será que a dor é psicológica e/ou neurológica?

Desde o nascimento até ao fim dos nossos dias a sensibilidade à dor acompanha-nos. Difícil de acreditar, mas a dor tem a função de proteger o corpo, dando-nos um sentido de alerta sobre o que o está a destruir. A prova isso é que existem pessoas com insensibilidade congênita à dor, isto é, nascem e vivem sem dor, mas o que à primeira vista parece uma “vida de sonho”, para eles é um pesadelo, pois sem esse continuo sinal de alerta essas pessoas vivem aproximadamente apenas 30 anos, já que não evitam e até mesmo provocam lesões de destroem o organismo.

Podemos interpretar a dor como alerta do limite corporal. Por exemplo pessoas com insensibilidade congênita, podem também terem o “vício” de roer as unhas, contudo como não têm dor, não têm limite, “roendo” não apenas as unhas todas como também parte dos tecidos corporais, provocando o sangramento inevitável.

Assim sendo a dor é algo benéfico e que promove a conservação do corpo e organismo. E porque muitas vezes parece algo negativo até tornar-se crónico?

Ao nível funcional e neurológico, a dor é simplesmente a excitação de determinado neurónio em determinada zona do cérebro. Logo, podemos fazer uma fratura numa perna, tendo uma dor quase insuportável, no entanto a dor não está na perna, está no cérebro.

Também a interpretação da dor têm evoluído ao longo do tempo. A dor cada vez mais deixa de ser interpretada como uma simples reação neurológica a um sinal corporal ou orgânico. Cada vez mais é assumida que uma parte da dor é psicológica, não apenas corporal e neuronal.

No momento de um traumatismo ou sangramento, existe um sinal produzido na parte do corpo em questão que é levado ao cérebro, chegando ao cérebro, provoca uma reação neurológica que irá provocar a dor. Porém todo este sistema está envolvido por uma interação continua com a parte psicológica, que pode minimizar ou maximizar esse mesmo sinal. Por incrível que pareça, essa interação ou interpretação psicológica pode levar a dor aos dois extremos possíveis, isto é, pode levar a pessoa a perder os sentidos ou deixar de sentir completamente dor.

A nossa personalidade, crenças, a captação sensorial e até as nossas experiencias prévias influenciam a nossa avaliação prévia da dor. Por exemplo, se não tivermos conhecimento sobre a quantidade de sangue que temos e sobre o sistema circulatório, associado à crença que o sangramento pode ser fatal, qualquer sangramento que possa existir, a dor vai ser maximizada. Por outro lado tivermos conhecimento do sistema circulatório, já tiver experiências anteriores semelhantes, acreditando que é um acontecimento normal no funcionamento humano, a dor é minimizada, muitas vezes até negligenciada. Quantas vezes vemo-nos uma “nódoa negra” ou um ferimento e não nos lembramos onde foi feita.

Desta forma, é importante “cuidarmos” o nosso psicológico para diminuirmos as nossas dores. Posteriormente a uma agressão física, em que a dor perdura durante alguns dias, existe também uma avaliação posterior, em que esta pode ser maximizada ou minimizada/relativizada.

Quando a dor passa a ser o centro da vida da pessoa, é psicologicamente muito negativo, pois a pessoa terá ganhos secundários com a dor ou incapacidade. Por exemplo, alguém que tem uma dor, terá mais atenção e “mimo” das pessoas que o envolvem, por sua vez essa atenção e esse “mimo” alimentam a dor, pois deixarão de existir quando a dor deixar de existir e o sujeito gosta de atenção e “mimo”, sendo a dor uma forma fácil e simples de o conseguir. Outro exemplo frequente destes “ganhos secundários” é o fato de as pessoas facilitarem a vida às pessoas com dores, tirando-lhe responsabilidades e trabalho, o que vai contribuir para que essa dor se perpetue no tempo. Contudo, todos estes comportamentos “alimentadores” da dor são inconscientes.

Desta forma compreender a dor, bem como compreender as dinâmicas internas é fundamental para minimizarmos a nossa dor. A psicologia pode promover o autoconhecimento, fazendo com que o individuo se compreenda melhor.

Como é que reage perante a dor ou a incapacidade? Já pensou nos ganhos secundários que ai poderão ter origem? Não poderá minimizar essa dor?

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