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Expetativas e Desilusões

Cada vez mais as espetativas revelam-se importantes, em muitos níveis da vida do ser humano. Mas o que são as expetativas? Qual a sua influencia na nossa realidade?

Ao nível psicológico dos indivíduos as expetativas têm extrema importância em muitas das dimensões da vida do ser humano. Elas são fundamentais na construção da realidade única de cada um. As expectativas constroem contribuem na construção do nosso mundo subjetivo e idiossincrático.

O significado palavra expetativa pode ser múltiplo como podemos ver: ato ou efeito de expectar; espera; esperança baseada em supostos direitos, probabilidades, prossupostos ou promessas; ação ou atitude de esperar por algo ou por alguém; esperança.

As expetativas precedem ao juízo da realidade. Estas têm o poder de alterar a nossa perceção o meio à nossa volta. Contudo e apesar disso, o controle e “nivelador” das expetativas é interno e pode ser consciente (ou não).

Embora custe a acreditar, as expetativas são as únicas responsáveis pelas desilusões. Já que a desilusão tem origem essencialmente numa expetativa demasiado elevada, que o juízo do acontecimento, pessoa, objeto, etc. não conseguiu “alcançar”.

A expetativa pode-se considerar uma mediadora do juízo. Um mesmo acontecimento pode ser extremamente bom ou extremamente mau, apenas devido a expectativa.

Por exemplo:

Duas crianças fazendo anos no mesmo dia. Ambas tiveram uma bicicleta de prenda. Porém, a primeira tinha expetativa que recebia um par de meias, enquanto segunda tinha a expetativa que recebia uma mota.

Ambas tiveram o mesmo presente, viveram o mesmo acontecimento. Contudo a primeira ficou feliz, adorando e valorizando o presente, enquanto a segunda ficou triste e dececionada, desvalorizando o presente. Possivelmente ambas recordarão este aniversário, mas por razões diferentes, apesar de terem recebido ambas o mesmo presente.

Este funcionamento replica-se a todos os níveis da nossa vida. Dececionarmos com pessoas, acontecimentos, livros, produtividade, competência, valor, etc. Podemos ter uma realidade muito boa ou muito má, consoante as nossas expetativas.

É frequente dececionarmos com pessoas por alguns comportamentos e/ou acontecimentos que a envolvam. Porém, remetendo para o exemplo descrito anteriormente, surge a questão: Será que a pessoa que oferece a bicicleta é responsável da felicidade ou da deceção das crianças que a receberam?

Como vimos a felicidade ou a deceção das crianças do exemplo anteriormente descrito, tem origem na expetativa que elas “construíram” antes de receber o presente. Logo a pessoa que oferece a prenda é independente todas e quaisquer expetativas que se possam construir.

Contudo apesar das expetativas serem construídas internamente, muitas vezes não são construídas de forma consciente. Isto é, na construção das nossas expetativas muitas vezes é feita com base na realidade subjetiva de cada um, mas sem que nos apercebemos, afastando-nos demais da realidade dos outros.

Na minha perspetiva, outra coisa importante (remetendo novamente para o exemplo acima descrito), é o fato de quem dá o presente muitas vezes conhece as expetativas de quem o vai receber, porém a meu ver não nem obrigação nenhuma de ir de encontro a essas mesmas expetativas. Isto é, seguindo o exemplo acima, não é obrigatório oferecer uma mota apenas por saber que a criança tem a expetativa de receber uma.

Quando verificadas expetativas muito elevadas, deve-se tentar adequar as expetativas da pessoa à realidade. Através de uma conversa ou uma espécie de negociação, devemos adequar a expetativa da criança ou pessoa, embora não seja uma obrigação, podemos considerar um dever moral, além de que essa adequação pode beneficiar ambas as partes. Embora não seja a nossa culpa, não queremos uma criança triste ou dececionada, ou um cliente insatisfeito.

E  você, adequa as suas expetativas?

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